Embora ainda almeje algumas coisinhas materiais em minha vida me considero uma pessoa abençoada no quesito "pertences".
Tenho uma linda família, uma boa casa, meu próprio carro, uma criação de cães respeitável, muitos e bons amigos, ou seja, uma infinidade de "bens" que completam minha existência e me trazem muita felicidade. Porém fazendo uma analogia mais realista percebo que apenas duas coisas possuo verdadeiramente: meu corpo e minhas emoções. Bens materiais são perecíveis e inseguros, assim como as relações humanas. Por mais que amemos tudo o que temos não podemos possuí-los de verdade. Apenas podemos usufruir e partilhar.

Meu corpo pode não ser aquele que eu escolheria na vitrine da vida, mas é o que Deus me deu e fim de papo. Minhas emoções podem ter sido duramente atingidas em algum momento de minha vida, mas o que sobraram delas me fazem o que sou agora. E apenas isso me pertence. Meu corpo por vezes me prega peças inenarráveis. É caprichoso. Tem manias insuportáveis. Minhas emoções não ficam prá trás: me pregam peças e tem o costume de me desobedecer constantemente. Ô dupla.
Ouso dizer que somos a Santíssima Trindade: Pai (corpo), Filho (emoções/espírito/alma ou como quiser chamar) e Espírito Santo (que sou eu mesma, que tenho que ser meio santa prá aturá-los), e que juntos vamos trilhando as estradas da vida, desviando dos buracos que podemos, caindo naqueles que não percebemos, mas somos indissolúveis, queira ou não estamos sempre juntos e ao mesmo tempo sempre a sós. Não existimos se não for em conjunto e não possuímos nada verdadeiramente que não seja um ao outro.
Essa conclusão me dá uma dose cavalar de conforto, pois me deixa enxergar que as coisas são as coisas e não tenho comando das situações e coisas externas e que por mais que ame meus filhos, meu marido e meus amigos apenas posso tentar mostrar-lhes o norte ( o meu norte...), pois se eles teimarem em tomar outro rumo nada poderei fazer a não ser rezar para que dê tudo certo para eles.



0 comentários :

Postar um comentário

 
Top