A representante da Coordenação Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Gilberlice Menezes, citou desafios das populações negras, como identidade, segurança pública, justiça, cidadania e direitos humanos. Na área da Saúde, dentre os desafios foram citadas doenças prevalentes em negros e a construção de ações para melhoria do atendimento a esse público. Como avanço, citou a criação da Lei Municipal 976, de 13 de outubro de 2011, que instituiu o Plano Municipal de Promoção da Igualdade Racial. A coordenadora agradeceu o apoio do prefeito Abade à luta pelos direitos e pela igualdade racial. “Ele abraçou a causa”, disse.
Pela Secretaria Municipal de Saúde, a coordenadora de Atenção Básica, Rayana Lemos falou do orgulho da Secretaria em participar do evento, da importância do apoio à promoção da igualdade racial e à redução de preconceitos.
Anemia Falciforme – prevalência na população negra
Para palestrar sobre o tema “Saúde na População Negra: Anemia Falciforme” foi convidado o médico hematologista Luciano Laranjeira, que afirmou que esta é uma das doenças hereditárias mais freqüentes. Apresentou as complicações da doença e enfatizou a importância da triagem neonatal, o teste do pezinho; citou, a eletroforese de hemoglobina – exame laboratorial - como meio de diagnosticar a anemia falciforme. E explicou que, além de vacinas, penicilina e ácido fólico, o Doppler transcraniano e a ultrassonografia de abdômen fazem parte do tratamento. “O transplante da medula óssea, que embora possa trazer a cura, é muito arriscado, registra óbito de 10 a 30 % dos pacientes no procedimento”, esclareceu.
Incidências no Brasil e na Bahia
A coordenadora de Promoção da Equidade da Saúde, da SESAB, Nívia Chagas, apresentou o Programa de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Falciformes, da Superintendência de Atenção Integral à Saúde. Segundo a palestrante, no Brasil, a cada ano nascem 3.500 crianças com doença falciforme, o que representa 1 em cada 1.000. Em Salvador, em cada 650 crianças, uma tem a doença. Na Bahia, a região leste apresenta maior incidência, com 657 casos. No extremo sul, são 92.
Dentre os objetivos do Programa de Atenção Integral, a coordenadora enumerou as responsabilidades das esferas nacional, estadual e municipal de gestão: “Deve-se realizar um acompanhamento junto às famílias desses pacientes e garantir o seu acesso à orientação, informações e aconselhamento genético”, ponderou.
Ações no Estado
A Bahia incluiu a doença falciforme na estratégia da Programação Pactuada Integrada, que define as ações de média e alta complexidade para atendimento a este público. Porto Seguro está entre as cidades que terão serviços de referência para a pessoa com doenças falciformes, além de Eunápolis e Teixeira de Freitas, no extremo sul baiano. Também foi feita a inclusão da eletroforese no rol dos exames do Programa Estadual de Triagem Pre-natal por meio do projeto Rede Cegonha, implementado pelo Ministério da Saúde para promover melhor qualidade na assistência pré-natal e do acesso das gestantes ao acompanhamento de baixo e alto riscos.
Mais sobre a anemia falciforme
É uma doença genética e hereditária, predominante em negros, mas que também pode manifestar-se nos brancos. É causada por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem sua forma original e adquirem aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e ficam enrijecidas, dificultando a passagem do sangue e oxigênio pelos vasos. Os sintomas são dores articulares, fadiga intensa, palidez e icterícia, atraso no crescimento, cálculos biliares, tendência a infecções, problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais.
Alexandra Soares
Assessoria de Comunicação
Prefeitura Municipal de Porto Seguro
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