MARIANNA MOREIRA NOTÍCIAS - SAÚDE
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Próximo ao Dia Mundial do Câncer (4/2), psicanalista explica como a depressão pode Comprometer o tratamento do câncer.

Medo e temor. São esses sentimentos que acompanham as pessoas diagnosticadas com câncer. Apesar do avanço da medicina, principalmente, no tratamento de tumores malignos, muitas pessoas consideram e acreditam que a doença é terminal.

Em 2012, segundo o Instituto de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), cerca de 520 mil brasileiros apresentarão algum tipo de câncer. Apesar de exemplos positivos de como enfrentar a doença sem perder a alegria de viver, como o caso do ator Reynaldo Gianecchini, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da apresentadora Hebe Camargo, mais de 25% destes brasileiros terão a depressão como consequência da doença.

Com a aproximação do Dia Mundial do Câncer, comemorado em 04 de fevereiro, a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, alerta sobre esse número e acredita que a depressão em pessoas que são diagnosticadas com câncer é mais comum devido à falta de informação, o que gera medo e inverdades. “A respeito do câncer foram construídos mitos negativos como, por exemplo, a idéia de que é uma doença terminal e não uma doença crônica, como é na maior parte das vezes”, explica a medica.

Consequências

Com o temor da doença e de seus tratamentos, a angústia e a tristeza são comuns nas pessoas diagnosticadas com câncer. O que difere a tristeza e o medo de uma depressão são a intensidade e o tempo que persistem. Por isso, o trabalho em parceria com psicólogos e psicanalistas ajuda o paciente a encarar melhor a doença e a identificar a depressão crônica.

Segundo a psicanalista, os sintomas da depressão são: desânimo; estado de tristeza durante a maior parte do dia; perda do interesse e incapacidade de sentir prazer para realizar atividades; perda ou aumento importante de apetite e de peso; alterações de sono; fadiga ou perda de energia; lentidão ou agitação; dificuldades de raciocínio, concentração e memória; isolamento; sentimentos de culpa e de incapacidade; baixa autoestima e idéia de morte.

“Grande parte das pessoas se deixa levar pela tristeza profunda. Não só pelo temor da doença, construída há anos, mas também pelo tratamento invasivo, que abala a autoestima da pessoa”, diz a médica.

Soraya orienta que, não só os pacientes com câncer, mas com outras doenças, salvo se orientado pelo médico, não devem deixar de fazer as atividades diárias que estavam acostumadas. Pois, são essas atividades e a sensação que ainda podem fazer as coisas por si próprias que ajudarão a encarar melhor a doença. Neste momento, o apoio emocional e incentivo de familiares e amigos ajudam muito quem sofre com a enfermidade.

Soraya acredita que o psicológico contribui diretamente para a saúde física das pessoas. Para quem está doente, o pensamento positivo e a vontade de viver melhor contribui muito para o tratamento de qualquer doença. “A saúde mental bem cuidada é fundamental para a boa evolução de um paciente, independente da doença”, finaliza.

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