NEY RUBENS
Direto de Belo Horizonte
Morreu às 8h desta quarta-feira (8) o cantor Wando. Ele estava com 66 anos e foi internado no dia 27 de janeiro com problemas cardíacos graves no Hospital Biocor, em Nova Lima, em Minas Gerais. Após passar por uma angiolplastia, que reduziu significativamente o risco de morte, o cantor apresentou uma melhora, mas sofreu uma parada cardíaca.
De acordo com a nota oficial do hospital, também assinada por familiares do cantor, houve um súbito agravamento do quadro clínico por volta das 5h40. "Agradecemos o carinho e a atenção de todos, especialmente ao senhor Wanderlei Alves dos Reis, sua esposa e filhos, a sociedade, a imprensa, os médicos do corpo clínico, os profissionais de saúde e demais colaboradores, que com dedicação e respeito atuaram de forma intensiva e completa, aplicando todos os recursos e técnicas disponíveis, nada faltando ao paciente durante todo o tratamento", diz o comunicado.
Wando estava com nível de 90% de obstrução de três artérias e precisou respirar com a ajuda de aparelhos durante o período de sua internação. Após a cirurgia de angioplastia, o nível caiu para 40%, sendo considerada uma melhora representativa do ponto de vista da equipe médica.
Apesar de não fumar e não consumir bebidas alcoólicas, Wando mantinha péssimos hábitos alimentares e era bastante sedentário. Ao dar entrada no hospital, ele estava pesando 110 kg, 30 a mais do recomendado pelos médicos. Outro agravante é o histórico familiar do artista: seu pai e irmão também morreram em decorrência de problemas cardíacos.
Wando, o rei das calcinhas
Wanderley Alves dos Reis nasceu no dia 2 de outubro de 1945, em uma pequena fazenda na cidade de Bom Jardim, em Minas Gerais. Ainda criança, mudou-se para Juíz de Fora e ganhou da avó o apelido de Wando.
Em Minas Gerais, começou a estudar violão erudito e já tinha uma banda na cidade de Congonhas, onde tocava em festas da região. Mais tarde mudou-se para Volta Redonda, no Rio de Janeiro, e trabalhou como entregador de leite e de jornal, além de feirante e caminhoneiro.
Desistiu do violão clássico e começou a "fazer canções de amor para as moças", como ele mesmo narrou em sua própria biografia, disponível em seu site oficial. Alcançou o sucesso em 1973, com Nega de Obaluaê, que já ganhou versões de nomes como Pedro Luís e a Parede, João Sabiá, Benito di Paula, Sambasonics, entre outros.
Em São Paulo, gravou com Jair Rodrigues O Importante é Ser Fevereiro, que também estourou no início da década de 70, mas foi com a faixa Fogo e Paixão que ele consolidou sua carreira de cantor e compositor.
Com álbuns intitulados Ui-Wando de Paixão, Obsceno, Depois da Cama e Vulgar e Comum é Não Morrer de Amor, por exemplo, Wando recebeu o título de "o cantor mais erótico do Brasil". Seus shows eram famosos por cenários com camas, haréns e, claro, a distribuição de calcinhas perfumadas.
Discografia:
Gloria a Deus e Samba na Terra (1973)
Wando (1975)
Porta do Sol (1976)
Ilusão (1977)
Gosto de Maçã (1978)
Gazela (1979)
Bem-vindo (1980)
Pelas Noites do Brasil (1981)
Fantasia Noturna (1982)
Coisa Cristalina (1983)
Vulgar é Comum é Não Morrer de Amor (1985)
Ui-Wando Paixão (1986)
Coração Aceso (1987)
O Mundo Romântico de Wando (1988)
Obsceno (1988)
Tenda dos Prazeres (1990)
Depois da Cama (1992)
Mulheres (1993)
Dança Romântica (1995)
O Ponto G da História (1996)
Chacundum (1997)
Palavras Inocentes (1998)
S.O.S. de Amor (1999)
Picada de Amor (2000)
Fêmeas (2001)
Um artista que certamente deixou a sua marca em todos os brasileiros.
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