E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, ... E agora, José ? O trecho da poesia de Drummond ilustra perfeitamente a situação de Porto Seguro após o termino do Carnaval. O alcaide promoveu para a alegria da grande maioria da população e turistas, um carnaval prolongado, que trouxe muitos turistas e algum dinheiro para a cidade. Mas e agora, José?

Está escrito na Carta Magna, que cabe ao Estado brasileiro o papel indeclinável de zelar, incentivar, promover a cultura do país e sua democratização via inclusão cultural. Vivemos um período de intensa efervescência e polêmicas no campo das ideias. Infelizmente com relação à cultura, Porto Seguro, não está incluso nessa efervescência cultural. Afinal, não há um Plano de Cultura, Não existem diretrizes culturais. O que existe são pontos no universo, ou seja, projetos isolados. Porto Seguro faz parte de um seleto grupo de municípios que não possuem Plano de Cultura. Mas, o que é exatamente isso? O Plano de Cultura é a política de ação cultural pública municipal, Um conjunto de programas e projetos de investimentos culturais, que são discutidos e formulados entre o poder público e agentes culturais.

E para que serve? O Plano de Cultura serve para unir as ações culturais já existentes e as que estão por vir. As ações culturais que antes eram isoladas passam a fazer parte de uma grade de ação cultural, muitas vezes integrando ações culturais que antes eram isoladas. Dou como exemplo a Campanha “Vá ao teatro e me leve junto” do Ator e Produtor Adriano Cutrim. Um projeto de sucesso. Trazendo à Porto, inúmeras peças e colocando esta cidade como referência teatral. Você leitor pode achar pouco, mas não é. Raras cidades do mesmo porte de Porto possuem esse status. Mas há uma diferença básica entre essas cidades e Porto Seguro, as outras prefeituras simplesmente buscaram de amplas as formar, a colaborar com tais projetos porque compreenderam que apoiar, patrocinar incentivar tais projetos ou ações haveria ganhos significativos.

A Campanha “Vá ao teatro e me leve junto” forma plateia, fomenta a indústria da cultura (indústria essa que emprega mais do que todas as montadoras de automóveis do país), produz diversidade cultural, estimula a autoestima do portosegurense, e etc. Contudo, pergunto, há algum apoio municipal a campanha?

Alguns devem pensar. Por que gastar em cultura, se há a educação, saúde e outras áreas mais importantes? Sim, são mais importantes, no entanto, cultura é investimento. O PIB (todas as riquezas geradas num país) da Alemanha, 7% são gerados pela cultura. Nos Estados Unidos, a cultura gera 13% de todas as riquezas. Diante de tais números, Porto Seguro, não pôde nem deve ficar para trás na efervescência de ideias. E agora, José?

Porto Seguro, Ba, 23 de Março de 2011

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