O Holocausto Africano provocado pela escravidão varreu da face da terra dezenas de milhões de negros africanos em nome da colonização europeia na América, e as reparações e/ou indenizações nunca foram direcionadas aos escravos e seus descendentes. O Haiti foi o primeiro país a realizar a abolição da escravidão juntamente com a sua independência. Este país, um dos mais pobres do planeta, pagou a França, até 1946, 150 milhões de franco-ouro destinados a compensar os colonos, após a independência conquistada em 1804. No Brasil tal reparação tem sido apontada nas cotas às universidades públicas dadas aos que se declaram afro descendente.
O Holocausto Indígena Americano, principalmente nos EUA, decepou outras dezenas de milhões de vidas em nome da cobiça e da ostentação da supremacia da raça branca. Pouco se sabe sobre a reparação e/ou indenização de um índio de todas as Américas ou de seus descendentes.
Holocaustos contra a humanidade são praticados em nome de deus, de homens, de crenças, de ideais ou até mesmo por mero prazer ou divertimento. A Santa Inquisição da Igreja Católica por mais de meio milênio perseguiu, condenou e assinou dezenas de milhões de não católicos, e o Vaticano não reparou a perda de nenhuma de suas vítimas aos seus descendentes, apenas pede perdão ao mundo na voz de seu pontífice. Imperialistas capitalistas e comunistas exterminaram centenas de milhões de vidas pelo mundo afora. Só pelas mãos de Lênin, Stalin e Mao Tse-Tung foram quase uma centena de milhões de vítimas. Franklin Delano Roosevelt, o 32º presidente dos EUA, para justificar sua entrada estratégica na 2ª Grande Guerra sacrificou em um único dia mais de 2.000 compatriotas em Pearl Harbor. Desta grande guerra nasceu a Guerra Fria que promoveu genocídios pelos quatro cantos do mundo. Só na Argentina durante os anos de chumbo na América Latina foram mais de 30.000 mortos e desaparecidos. No Brasil o número de mortos e desaparecidos durante a ditadura militar segundo a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos não chega a 500. Tanto na Argentina como no Brasil houve reparação, inclusive o ex-presidente Lula recebe por conta disto R$ 4,2 mil mensais, e que no apagar das luzes do seu governo autorizou o pagamento de uma bolada de R$ 44,6 milhões à União Nacional dos Estudantes (UNE), que há 13 anos atende única e exclusivamente os interesses do PC do B, como reparação pelos danos causados à entidade durante a ditadura militar (1964-1985). Um valor aproximado ao que uma corte federal norte americana aprovou para o pagamento de uma indenização de US$ 21, 9 milhões aos herdeiros de duas famílias vitimas do holocausto mais famoso da humanidade, o Judeu. Claro que isto não se compara aos US$ 1,2 bilhão que foi pago em indenização aos japoneses detidos nos EUA na Segunda Guerra.
Pelo visto a humanidade, que por mais que se diga que tenha evoluído, continua não gostando de negros e de índios, pois independente do país onde tenham nascido eles continuam sendo apenas negros e índios, e invariavelmente pobres e marginais.
A cinematografia mundial muito pouco realizou de forma significativa sobre extermínios de negros, indígenas e outros povos e/ou sociedades não brancas. Andrea Tonacci em Serras da Desordem traduz a barbárie contra o índio brasileiro de forma real e de contexto denunciante. O filme é uma mistura de drama com documentário numa linguagem muito própria totalmente dissociada do formato “Holliwoodiano”.
Sinopse:
Carapirú é um índio nômade que escapa de um massacre de fazendeiros. Durante dez anos, anda sozinho pelas serras do Brasil central, até ser capturado em novembro de 1988, a 2 mil quilômetros de seu ponto de partida. Levado a Brasília pelo sertanista Sydney Possuelo, ele vira manchete nacional e centro de uma polêmica entre antropólogos e linguistas quanto a sua origem e identidade.
Ficha Técnica:
Direção: Andrea Tonacci
Duração: 135 min.
Ano: 2006
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