Em 2013, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos – o primeiro parque nacional marinho do Brasil e um dos principais pontos de biodiversidade do planeta – comemora 30 anos de existência. Três décadas marcadas por lutas e discussões em prol da conservação e de um incansável trabalho de proteção a um arquipélago de cinco ilhas e mais de 90.000 hectares do mais importante banco de corais do Atlântico Sul. Tanto esforço garantiu ao Parque o título de Sítio Ramsar e de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
“Comemorar os 30 anos do Parque nos faz refletir sobre o histórico de muitas conquistas neste período, a destacar a participação da sociedade, muito presente. Por ter sido o primeiro Parque Nacional Marinho criado no Brasil, ele se tornou um ícone para a conservação do bioma marinho no País.” As palavras são do Chefe do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, Ricardo Jerozolimski.
Ele conta ainda que o Parque protege parte do mais rico ambiente marinho do Brasil, que é o Banco dos Abrolhos, e seu objetivo está baseado na conciliação da proteção do ambiente natural com a realização de atividades de recreação, pesquisa e educação ambiental. Assim, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade desenvolve atividades de fiscalização, promove a visitação e apoia a realização de pesquisas e monitoramentos da biodiversidade.
Para falar um pouco mais sobre a atuação do Parque, Jerozolimski, completa: “no ano passado recebemos cerca de 4.000 visitantes, foram autorizadas 17 pesquisas científicas, e realizamos oito atividades de educação ambiental com crianças, jovens e adultos”.
Para o diretor de Pesquisa do Instituto Baleia Jubarte, Milton Marcondes, que há 11 anos trabalha com baleias na região do Banco dos Abrolhos, conhecida por receber cerca de 90% dos indivíduos da espécie que chegam ao Brasil para se reproduzir, Abrolhos é um ecossistema único que não cansa de nos surpreender. Uma biodiversidade enorme de corais, peixes, algas, invertebrados e outros animais marinhos. “Até quatro ou cinco anos atrás, conhecíamos seis espécies de cetáceos que frequentavam as águas de Abrolhos, hoje em dia este número subiu para 14. Isso corresponde a quase 1/3 de todas as espécies de baleias e golfinhos registrados no Brasil e é provável que este número ainda venha a aumentar com mais estudos. Nossa geração tem a obrigação de preservar esta diversidade biológica para que nossos descendentes possam conhecê-la e se admirar”, finaliza.
Eduardo Camargo, da Conservação Internacional (CI), conta que desde 2002 faz parte das discussões referentes ao Parque, acompanhando a implantação do Conselho e, com propriedade, diz que a Parque Nacional Marinho dos Abrolhos vem sendo um catalisador para diversas lutas de conservação na região. “Muitas outras Unidades de Conservação foram surgindo após o Parque, que ainda demanda do governo e da sociedade uma atenção muito grande pela riqueza da biodiversidade”, diz. Ele completa dizendo que o Parque tem o mérito de aproximar a comunidade das questões ambientais, promovendo fóruns de discussões e funcionando como celeiro de pesquisas que já revelaram muito
Jornalista / Assessora de Comunicação
Foto: Instituto Baleia Jubarte/ Enrico Marcovaldi
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